China faz ofensiva e detém membros da seita que crê em ‘Jesus mulher’

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A polícia da China prendeu 18 pessoas suspeitas de pertencer a um culto religioso proibido no país, segundo informou a agência de notícias estatal Xinhua.

A seita ficou conhecida em 2014, depois que alguns membros espancaram uma mulher até a morte em uma filial do McDonald’s. Ela teria se recusado a dar a eles o número de telefone durante um recrutamento.

A Igreja do Deus Todo-Poderoso, Cristo dos Últimos Dias foi criada na década de 1990 e acredita que Jesus ressuscitou como uma mulher na China para trazer o apocalipse.

A única pessoa que afirma ter contato direto com essa mulher é uma ex-professora de física, Zhao Weishan, que fundou o culto há 25 anos e fugiu para os Estados Unidos.

O culto também é declaradamente anticomunista, referindo-se ao partido comunista da China como o “dragão vermelho”. E é acusado de isolar seus membros da família e amigos, pressionando-os a doar dinheiro em troca da salvação.

A BBC entrou em contato com a Igreja do Deus Todo-Poderoso, que se recusou a se manifestar diretamente sobre o caso, mas fez referência ao seu site, baseado nos EUA, que contém diversos relatos de fiéis supostamente torturados pelas autoridades chinesas.

Além de efetuar as recentes prisões, a polícia também confiscou computadores e livros usados ​​pelo culto para recrutamento.

As autoridades reprimem o culto com frequência e já prendeu diversos integrantes do grupo ao longo dos anos.

Após o crime de 2014, vários membros foram detidos e dois condenados à morte, sendo executados na sequência.

O assassinato ocorreu quando eles tentavam recrutar a vítima, de 35 anos, em uma filial do McDonald’s, na cidade de Zhaoyuan. Ela se recusou a dar o número de telefone e foi agredida com cadeiras e cabos de esfregão até a morte. Em julgamento, o grupo disse acreditar que ela estava “possuída por um espírito maligno”.

Mas a repressão das autoridades chinesas ao culto começou antes do crime.

Em 2012, foram efetuadas diversas prisões em Qinghhai e Zhejiang, onde cerca de 100 membros do grupo foram condenados. Dois anos depois, mais integrantes foram presos em Hubei e Xinjiang.

Em agosto de 2016, 36 membros foram detidos em Anhui, acusados ​​de produzir e divulgar conteúdo audiovisual para o culto.

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