Preso casal suspeito de espancar própria filha de 5 anos até a morte.

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Agressão contra criança é crime. Disque 100 para denunciar.

O casal Phelipe Douglas Alves, de 25 anos, e Débora Rolim da Silva, de 24 anos, acionaram o  o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do município de Itapetininga (SP),  na última sexta-feira, 2, para socorrer a filha de 5 anos.

Os pais contaram que Emanuelly Aghata da Silva havia caído da cama e convulsionava. Porém, os médicos desconfiaram dos hematomas pelo corpo da menina. A polícia foi acionada e a criança não resistiu e casal foi detido. Os pais vão aguardar o julgamento presos, a mãe na Penitenciária Feminina de Votorantim (SP) e o pai no Presídio II em Itapetininga.

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Babá diz que mãe usava papel para abafar gritos da filha.

Mãe que matou a filha de 5 anos com a ajuda do pai colocava papel na boca da menina para ela não gritar. Depoimentos revelam o nível da barbárie: guarda-chuvas no olho, cabeça na parede, couro cabeludo sensível e marcas por todo o corpo. E o pior: BO foi registrado em 2017 e Polícia e Conselho Tutelar sabiam de tudo.

Mais uma testemunha que conviveu com Débora Rolim e Phelipe Douglas, revela o grau de crueldade aplicada contra a criança.

Depois do depoimento dos avós maternos, uma babá que trabalhou na casa dos pais de Emanuelly afirmou que Débora chegava a colocar papel na boca da filha para abafar os gritos e o sofrimento.

“Um dia fui trabalhar e ela estava com o olho roxo. Porém, quando perguntei o que tinha acontecido, ela disse que tinha caído. Foi então que a irmã mais velha contou que a mãe havia enchido a boca dela [Emanuelly] com papel para que ela não gritasse e bateu com o guarda-chuva no olho dela”, afirma.

Emanuelly Aghata da Silva. Foto: Reprodução.

A babá, que não teve o nome revelado pela polícia por questões de segurança e para não comprometer as investigações, trabalhou na casa por três meses, de novembro de 2016 a janeiro de 2017. Ela disse que começou a notar as agressões quando foi dar banho na menina e viu marcas roxas em suas costas.

“Ela preferia tomar banho sozinha, mas um dia decidi dar banho nela e vi umas marcas roxas nas costas. Perguntei o que tinha acontecido e ela disse que tinha caído. A mãe dizia a mesma coisa. Porém, um dia, a irmã mais velha contou que a mãe batia nela, disse que pegava a ‘Manu’ pelas pernas e batia com a cabeça dela na parede. Algumas vezes ela não queria pentear o cabelo, porque era dolorido de tanto que a mãe batia e puxava o cabelo dela”, conta.

Como os hematomas não paravam de aparecer, a babá resolveu denunciar na Polícia Civil os pais por maus-tratos. Ela afirma que chegou a enviar vídeos e fotos comprovando as agressões ao Conselho Tutelar, postou nas redes sociais e registrou um boletim de ocorrência em janeiro de 2017.

“Lembro que eu tinha chegado para trabalhar e a ‘Manu’ estava quieta, com a cabeça baixa. A mãe disse que tinha ido a um bar comprar doces e durante à noite ela havia caído. Então me pediu para passar pomada no olho dela. Porém, assim que ela saiu para ir trabalhar, perguntei para ela, mas ela não disse nada. Foi a irmã mais velha que contou que a mãe havia batido com o guarda-chuva no olho dela. Depois disso fui no Conselho Tutelar para fazer a denúncia”, afirma.

De acordo com o Conselho Tutelar, os dois demonstravam afeto com todos os filhos e que Emanuelly parecia ser apegada à mãe.

Os conselheiros disseram ainda que como nada parecia estar fora do normal e, como só a Justiça poderia determinar a retirada da guarda dos filhos, as crianças continuaram com os pais.

Já a Polícia Civil disse na época que entendeu que não se tratava de um caso grave de maus-tratos. Os pais apenas assinaram um termo circunstanciado, foram ouvidos e liberados.

Por fim, a babá lembrou ainda que Emanuelly era uma criança tranquila e carinhosa. “Ela era uma menina muito doce. Quando chegava abraçava, pedia para brincar e para desenhar. Era um pouco agitada às vezes, mas nada fora do normal. Todos as crianças eram tranquilas, brincavam, tomavam café, dormiam. É difícil de entender…”, lamenta.

Eles já tinham passagens pela polícia por suspeita de agressão e uso de drogas. Phelipe e Débora tem mais dois filhos, uma menina de 9 e um menino de 4, que estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar de Itapetininga.

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