Dez adolescentes são suspeitos de queimar menino vivo

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Sementes do mal

O crime que matou o adolescente Charles de Souza Bezerra, de apenas 13 anos, é um dos mais cruéis já vistos no Distrito Federal, de acordo com o delegado Joás de Souza Rosa, da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), que investigou o caso com a Delegacia da Criança e do Adolescente II.

Segundo a perícia, o garoto – assassinado por nove adolescentes, por causa de uma dívida de drogas no valor de R$ 200 – ainda estava vivo quando foi queimado, em área próxima ao Hospital Veterinário de Taguatinga. E, inclusive, teria inalado a fumaça de suas próprias queimaduras.

O mandante do assassinato, segundo a polícia, é Klinger Chagas Mineiro Júnior, 19 anos, conhecido como “China”, suspeito de praticar tráfico de drogas na região. Os nove adolescentes que participaram do crime eram usuários de droga e tinham dívidas com o mandante do crime, de acordo com as investigações. Mas a dívida maior era de Charles, que “estaria enrolando para pagar”. Klinger ofereceu perdão da dívida caso os adolescentes concordassem em participar do homicídio. A vítima foi, então, atraída para uma emboscada.

A família de Charles alega que o adolescente tinha problemas psicológicos e não usava drogas. “Ele era muito inocente e não teve malícia para perceber que iam matá-lo”, diz a tia de Charles, Maria de Oliveira,34 anos, frentista. Ela diz que a família está arrasada pela perda e quer justiça. Segundo Maria, a mãe de Charles foi para a Bahia passar o dia dos finados, pois o filho foi enterrado por lá. “Não vai trazê-lo de volta, mas a justiça aqui está sendo feita. É muita crueldade. Ele tinha problemas psicológicos, não era usuário.

O assassino, Klinger, nega que tenha sido acerto de dívida de drogas e que tenha reunido os menores para o homicídio em troca de perdão. Disse também que não traficava mais drogas. A Polícia, no entanto, acredita que dívida de drogas tenho sido a maior motivação.

Klinger continua respondendo por homicídio qualificado (crueldade e motivo fútil) mas até agora está em liberdade. O mandado de prisão já existia há 30 dias, mas era necessário aguardar o fim do período eleitoral. O mandante foi preso ontem, numa casa em Ceilândia. Os nove menores estão apreendidos. Responderão por ato infracional equivalente a homicídio qualificado.


Edição: Aurélio Fidêncio
Matéria: Luísa Guimarães
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