Como surgiu o Talibã e como chegou ao poder no Afeganistão

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VEJA COMO SURGIU A FACÇÃO TERRORISTA TALIBÃ

movimento islâmico Talibã é um movimento religioso que se propunha a  implantar a lei islâmica no país, desagregado pela queda do regime comunista.  Era composto por  jovens treinados em   escolas religiosas islâmicas  rurais,  surgidas  ao longo da década de 1980. Estas escolas  haviam sido  berço de militantes que lutaram contra a ocupação soviética no país. Em  persa,  Tálib significa “estudante”; talibã, o plural, significa “os estudantes”. A maioria dos talibãs é da seita sunita e de etnia patane, predominante no leste e no sul do Afeganistão.

O objetivo dos  líderes do Movimento Islâmico Talibã  era estabelecer um regime de governo  baseado na  lei islâmica, na Charia (que significa, literalmente, “o caminho do bebedouro”  ou seja  “o caminho que conduz a Deus”), que determina que os fiéis se entreguem com total submissão  à vontade de Alá.

Em 27 de setembro de 1996, sete anos depois da retirada das tropas soviéticas do  Afeganistão,  as  milícias talibãs  conquistam Kabul e vão estendendo seu domínio.  Em 1998 já controlavam 90% do país. Contaram com o apoio do Paquistão e da Arábia Saudita para derrotar as facções rivais e, uma vez no poder, restabeleceram a ordem no país, impondo um severo regime islâmico.

Seu governo tem-se caracterizado por uma aplicação rígida da lei islâmica.  Decretos do Ministério da Virtude e Supressão do Vício impuseram leis  que incluem:

  • Uma rígida segregação das mulheres. As meninas são impedidas de cursar a escola.  Mulheres que trabalhavam em hospitais e escolas foram mandadas de volta para casa e obrigadas a cobrir-se dos pés à cabeça.
  • Os homens são obrigados a deixar a barba crescer. A televisão está proibida, assim como a música ocidental e os jogos de azar. As salas de cinema foram fechadas e a imprensa que não foi proscrita teve que banir das páginas fotos e imagens.

As punições para qualquer tipo de transgressão  incluem  açoites em praça pública para os que consumirem álcool, a amputação de membros para os culpados de roubo e morte por  apedrejamento  para os  adúlteros.

Apesar  de ter sido denunciado por organizações internacionais de direitos humanos, o novo regime solicitou o reconhecimento da comunidade internacional, com o argumento de que havia restaurado a ordem na maior parte do solo afegão.

Os talibãs provocaram  mais protestos mundiais  ao promulgar uma lei que obrigava outros grupos étnicos, como os hindus, a usar um broche que os identificassem. Outra onda de  protestos surgiu após os talibãs terem dado ordem para destruir esculturas de Buda em todo o país. Entre elas estavam  duas gigantescas estátuas no vale de Bamiyan,  próximo a Cabul,  talhadas em pedra há mais de 1.500 anos. Uma delas, de 53 metros de altura, era a maior representação de Buda já construída. Ambas foram explodidas em março de 2001.  A razão para a destruição de uma parte da  herança cultural afegã   é a proibição islâmica de adoração de ídolos.

O radicalismo desses militantes tem sido opressivo para muitos afegãos e originou uma nova guerra civil. Novamente o país foi dividido entre os patanes, sob o domínio dos talibãs, e as outras etnias, que se concentraram no norte e se converteram no principal foco da luta armada. Atualmente a resistência ao regime concentra-se no norte do país, controlado pelos rebeldes da Aliança do Norte

Um dos graves problema enfrentados pelos talibãs é a produção de narcóticos: o país é considerado o maior produtor mundial de ópio, matéria-prima para a fabricação de heroína. Em 27 de julho de 2000, o líder supremo dos talibãs proibiu o cultivo de papoula – da qual é extraído o ópio – nas áreas controladas pelo regime.

A “talibanização” da Ásia Central

Em dezembro de 1999, Ahmed Rashid, jornalista afegão especialista sobre  a questão talibã, publicou  um artigo intitulado  The Taliban: Exporting Extremism (O talibã: exportação de extremismo).

Nele, o jornalista afirma que “É possível que a talibanização, a exportação desestabilizadora do islamismo radical afegão, seja um termo novo no vocabulário político americano. Mas no centro e no sul da Ásia, onde as repercussões do rígido regime dos talibãs são sentidas mais amplamente, o conceito já é muito familiar. Como a fragmentação política, o colapso econômico, a guerra étnica e o fundamentalismo islâmico afligem o Paquistão e a maior parte da região, o perigoso comportamento dos novos governantes não é mais um assunto local”.

Vale a pena notar que as relações dos talibãs com o vizinho Irã se deterioraram após a execução de sete cidadãos iranianos, durante a conquista de Mazar-i-Sharif.  Isto  levou o governo dos aiatolás a concentrar cerca de 70 mil soldados na fronteira afegã. Os problemas diplomáticos são ainda mais  agravados pela rivalidade religiosa.

Em outubro de 1999, o Conselho de Segurança da ONU exortou o Talibã a entregar Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al-Qaeda (“A base”), apontado pelo governo americano como mentor dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia em 1998. Após ser expulso do Sudão, em 1996,  Osama bin Laden passou a viver no Afeganistão.

Foto: Atentado contra Torres Gêmeas – Arquivo Clickaraçoiaba

Os atentados de 11 de setembro, que destruíram o WTC (Centro Mundial de Comércio), em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, criaram uma nova situação internacional.

Foto: Atentado contra Torres Gêmeas – Arquivo Clickaraçoiaba

Logo após os atentados, os Estados Unidos obtiveram informações de que os terroristas estavam ligados a Osama bin Laden. O Afeganistão, que o abriga bem como à sua organização,  Al-Qaeda,  recusou-se a entregá-lo à justiça norte-americana. Em consequência disto, os Estados Unidos classificaram o Afeganistão como um estado que abriga terroristas. Em retaliação ao atentado terrorista, os Estados Unidos presentemente lançam uma ofensiva militar contra o Afeganistão. O alvo norte-americano são o regime Talibã e as bases de treinamento para terroristas, no país. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos lançam comida e medicamentos à população afegã que sofre com a miséria e o regime totalitário do país.

Em grande parte, o mundo ocidental apóia a iniciativa norte-americana. Os Estados Unidos e a Europa insistem em que esta é uma guerra contra o terrorismo, e não contra o Islã ou mesmo o Afeganistão. O objetivo norte-americano é derrubar o regime Talibã e punir Osama Bin Laden e os membros de sua organização terrorista. Os resultados da campanha militar norte-americana até agora indicam que a sua tecnologia bélica e sede de justiça logo triunfarão sobre o terrorismo e tirania totalitária que ameaçam a justiça e a paz mundial.

Depois de quase 20 anos de conflito o presidente dos Estados Unidos decidiu retirar as tropas norte-americanas ainda presentes no Afeganistão até à data emblemática de 11 de setembro que completará 20 anos em 09/21, com a retirada das tropas, imediatamente a facção terrorista Talibã retomou o poder no Afeganistão o grupo terrorista entrou na capital afegã, Cabul e levou pânico à população. Após a invasão o Talibã volta ao poder no Afeganistão.


Matéria: Aurélio Fidêncio

O CLICKARAÇOIABA É RESULTADO DE UM PROJETO INICIADO EM OUTUBRO DE 1999, SENDO ASSIM O PRIMEIRO PORTAL DE NOTÍCIAS DE ARAÇOIABA DA SERRA/SP


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