De acordo com a PCDF, é possível que surjam outras vítimas a partir do material eletrônico apreendido pela Delegacia de Atendimento à Mulher
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou um agente socioeducativo lotado na Unidade de Internação de São Sebastião acusado de gravar vídeos íntimos das servidoras que utilizavam o banheiro feminino para tomar banho e usar o vaso sanitário. Rafael Oswaldo de Carvalho Arantes (foto em destaque) instalou uma câmera escondida no local e armazenou centenas de vídeos e fotos das vítimas.
Equipes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do funcionário público, nessa terça-feira (8/2). Foram apreendidos uma arma de fogo, munições e aparelhos eletrônicos, como HDs externos, onde vídeos podem ter sido armazenados. O material será encaminhado para perícia técnica.
Segundo os investigadores, embora existam elementos probatórios suficientes da autoria dos fatos, as apurações continuam. É possível, de acordo com a PCDF, que surjam outras vítimas a partir do material eletrônico apreendido.
Outras vítimas
Assim, a Deam continua na investigação para identificar se outras mulheres foram filmadas pelo indiciado em cena de nudez ou de sexo, quando não autorizado pela outra parte.
Além do indiciamento pelo artigo 216-B, que trata do crime de registro não autorizado da intimidade sexual, foi feito o indiciamento pelo artigo 147-A do Código Penal Brasileiro (CPB), que é o crime de perseguição, pois Rafael, após ser descoberto dos crimes que estava praticando, passou a perseguir uma das vítimas.
De acordo com uma servidora ouvida pela coluna, Rafael costumava circular pelos pavilhões perguntando se as colegas não queriam tomar banho. “Ele dizia que ficaria no nosso lugar para que pudéssemos usar o banheiro. Foram realizados mais de 140 vídeos, os quais, inclusive, mostram que ele se masturbava enquanto assistia ao conteúdo”, detalhou a mulher.
Desconfiada, uma delas descobriu onde a câmera estava instalada e esperou o momento em que Rafael se preparava para recolher as imagens. Em período probatório, o servidor foi afastado por 60 dias, para que sigam as apurações internas por meio de sindicância conduzida pela Secretaria de Justiça e Cidadania.
Edição: Aurélio Fidêncio
Matéria: Carlos Carone, Mirelle Pinheiro
informações: Metrópoles
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