Pais de menino vítima de tortura em Itu são presos em Minas Gerais

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O outro filho do casal, de 3 anos, que estava com os pais, ficou com outros familiares

A Polícia Militar prendeu, por volta das 20h desta sexta-feira (6), os pais do menino de 11 anos, de Itu, vítima de tortura e maus-tratos, numa via pública na região do São Jorge, mais precisamente no Assentamento do Glória, em Uberlândia (MG). A Polícia Militar recebeu as informações de que o casal estaria na cidade mineira.

Uma equipe do Serviço de Inteligência da Corporação fez o monitoramento do local, um bairro populoso da cidade mineira. Inicialmente, as informações eram de que eles teriam fugido para a casa de parentes, porém, no decorrer da noite, verificou-se que, na verdade, se tratava de conhecidos do jovem casal.

O Conselho Tutelar foi acionado, mas optou, num primeiro momento, após avaliação das condições da criança, por deixar o menino de 3 anos com os amigos dos pais. A Promotoria da Infância e Juventude também acompanha o caso.

O casal não quis falar sobre as acusações de tortura e maus-tratos contra o filho de 11 anos. Os dois foram encaminhados para exames numa unidade de saúde da cidade e, em seguida, levados para a Delegacia de Plantão.

De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito Brandão, eles seriam levados para o Presídio Uberlândia 1, conhecido antigamente como Jacy de Assis. Em relação ao transporte para São Paulo, a data vai depender do juiz da Execução Penal autorizar a ida para a Comarca que expediu o mandado de prisão.

Em regra, é esperado que os policiais civis da delegacia responsável pelo caso busquem os presos. Porém, de forma excepcional, também é possível que o transporte seja feito pelo Sistema Prisional. Apenas nos próximos dias é que ocorrerá essa definição. Uberlândia fica no Triângulo Mineiro e está localizada há 546 quilômetros, mais de seis horas de viagem de carro, de Itu, onde o caso ocorreu.


Sobre o caso

Na segunda-feira (2), o Conselho Tutelar de Itu foi acionado para atender a uma denúncia que chegou por meio do WhattsApp, com imagens e vídeos das agressões e lesões sofridas pelo menino de 11 anos, vítima de maus-tratos e tortura. Ele já era conhecido pelos conselheiros por atendimentos anteriores em outras situações.

A criança foi acolhida e recebeu medidas protetivas da Justiça. Os pais não foram encontrados na residência e passaram a ser procurados para prestar esclarecimentos sobre o caso.

O Ministério Público recebeu a denúncia na terça-feira (3) e passou a acompanhar a situação da criança. De acordo com o promotor de Justiça Christiano José Poltronieri de Campos, “sem prejuízo das medidas criminais, no âmbito da Infância e Juventude, a criança foi afastada do convívio familiar e recebeu acolhimento institucional, para, futuramente, o MP ingressar com uma ação de destituição do poder familiar”.

Até aquele momento, havia suspeita de que os pais teriam fugido com o outro filho, uma criança de colo. A mãe já teria tido a prisão em flagrante decretada em 2013 em virtude da morte de outro filho. O caso teria sido arquivado pela Justiça. O MP ainda estava buscando informações sobre esse caso.

Com base nos relatos de testemunhas, relatórios policiais e laudo do Instituto Médico Legal (IML), o delegado da 4ª Delegacia de Polícia de Itu, Felipe Augusto Vicentim Ferrero Salla, pediu a prisão dos pais pelos crimes de tortura, lesão corporal e abandono de incapaz.

Edição: Aurélio Fidêncio
Matéria: Denise Rocha
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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