Ela será ouvida no 2º Distrito Policial (DP) de Sorocaba; caso veio à tona após a repercussão de um vídeo da violência contra a cachorra
A mulher suspeita de agredir uma cadela na zona norte de Sorocaba prestará depoimento nesta quarta-feira (15). Ela será ouvida no 2º Distrito Policial (DP), mas o horário não foi informado. O caso ocorreu na segunda-feira (13), em um condomínio de luxo. A situação veio à tona após a repercussão de um vídeo dos maus-tratos à cachorra.
O inquérito é conduzido pelo 2º DP, delegacia especializada em investigações de crimes contra animais. Segundo a polícia, as primeiras etapas da apuração serão a coleta de depoimentos e a análise das imagens da agressão. Além da mulher, haverá oitivas de outras pessoas, na próxima semana.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) instaurou, na terça-feira (14), inquérito civil para averiguar o fato. Na portaria, o promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum dá 30 dias para a investigada prestar, por escrito, esclarecimentos sobre o ocorrido. Marum recomenda, ainda, que a Prefeitura de Sorocaba apreenda os animais que vivem na casa dela.
A Comissão de Defesa Animal da subseção de Sorocaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acompanhará os desdobramentos. A entidade pede a punição da suspeita.
O caso
A mulher foi filmada agredindo a cadela dentro de sua casa, por uma vizinha, na noite de segunda-feira (13). No vídeo, com duração de quase três minutos, a tutora agride o animal com sucos e chutes, bem como a puxa pelas patas e a joga no chão. A cachorra chora e grita. De acordo com moradores do condomínio, os maus-tratos contra a fêmea eram frequentes e ocorriam há meses. Na segunda (13), uma residente conseguir gravar as cenas de violência. Moradores denunciaram a situação à Polícia Militar, a ativistas e à Seção de Proteção e Bem-Estar Animal, da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema).
Protetores e vizinhos registraram um boletim de ocorrência. Já a Sema enviou uma equipe até o local, na terça-feira (14). Segundo a pasta, a investigada foi autuada em R$ 3 mil, por maus-tratos a animal, conforme prevê a lei municipal 9.551/11. Também foi solicitada a apresentação de laudo pericial da cachorra agredida, atestado por médico veterinário. A secretaria se compromete a continuar acompanhando o caso.
Na segunda (13), representantes do Grupo de Amparo ao Melhor Amigo do Homem (Gamah) e do Lar São Francisco tentaram resgatar o animal. Porém, os donos se negaram a entregá-lo. Já na terça (14), após negociações com a mulher e o marido dela, membros de Organizações Não Governamentais (ONGs) conseguiram retirá-lo da casa.
De acordo com a ativista Jussara Fernandes, do Gamah, a cadela chama-se Moana, é uma filhote de apenas 9 meses e não tem raça definida. Ainda conforme ela, a tutora tem outros três cães, e eles continuam na residência.
O advogado do residencial e vice-presidente da OAB Sorocaba , João Paulo Milano, diz que a administração do local não sabia dos maus-tratos à Moana. Segundo Milano, funcionários foram comunicados somente na segunda-feira (13), dia do episódio de violência, por um morador. “Não houve denúncia prévia para a administração”, reforça.
Conforme ele, o condômino comunicou ter acionado a Polícia Militar e, imediatamente, os colaboradores agilizaram o processo para liberar a entrada dos policiais. “No que cabia a administração, eles fizeram”, fala. Milano também cita que os residentes são orientados a denunciar situações de maus-tratos contra animais à administração. Os responsáveis pela departamento, por sua vez, devem repassar as informações às autoridades competentes. Ainda de acordo com o advogado, o condomínio está à disposição para colaborar com as investigações.
Edição: Aurélio Fidêncio
Informações: Jornal Cruzeiro do Sul
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