Benefícios de comer içá frito e como essa tradição se espalhou pelo Brasil

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A prática de consumir içá frito, que é uma iguaria feita a partir das fêmeas aladas da saúva, remonta a tradições indígenas brasileiras e tem benefícios nutricionais significativos. Rica em proteínas, o içá (também conhecido como tanajura em algumas regiões) é considerado um alimento nutritivo e sustentável. Além disso, é fonte de vitaminas e minerais como ferro e zinco, sendo uma excelente opção para dietas que buscam alimentos alternativos e mais naturais.

Os benefícios de comer içá vão além do valor nutricional. Como é um alimento oriundo da coleta direta na natureza, o içá representa uma prática alimentar de baixo impacto ambiental, já que não requer grandes produções agrícolas ou processos industriais. Além disso, a ingestão de insetos tem sido reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma solução sustentável para alimentar a crescente população global, devido ao seu alto valor proteico e baixa pegada ecológica.

A expansão da cultura pelo Brasil

A tradição de comer içá se espalhou por várias regiões do Brasil, sobretudo no interior de estados como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. O hábito de consumir essa iguaria teve origem em comunidades indígenas e foi posteriormente absorvido pelas populações rurais e urbanas. A prática é mais comum em áreas onde as saúvas são encontradas em grande número, especialmente durante os meses de primavera, quando as tanajuras saem dos formigueiros em enxames para acasalar.

Em muitos locais, o içá é considerado uma iguaria sazonal. O processo de coleta é uma verdadeira celebração, e em algumas cidades, como em certas partes de Minas Gerais, ele é até comercializado em feiras e mercados. Além do frito, o içá também pode ser consumido assado ou usado como ingrediente em diversas receitas.

A visão do exterior sobre o consumo de insetos

No exterior, o consumo de insetos, como o içá, pode causar estranheza em culturas ocidentais, onde a prática ainda não é amplamente aceita. Em muitos países, comer insetos é visto com certo preconceito, sendo associado a costumes exóticos ou primitivos. No entanto, essa visão tem mudado nos últimos anos. Especialistas em nutrição e sustentabilidade têm destacado os benefícios de incluir insetos na dieta, e algumas culturas ocidentais já começaram a abraçar essa prática como uma forma de reduzir o impacto ambiental da produção de alimentos.

Na Ásia, África e América Latina, o consumo de insetos é uma tradição milenar e respeitada, sendo que muitos tipos de insetos fazem parte da culinária local. Com o crescente interesse por alimentos sustentáveis e fontes alternativas de proteína, países europeus e os Estados Unidos estão começando a explorar o potencial dos insetos na alimentação, tanto em termos de saúde quanto de sustentabilidade ambiental.

O içá, por exemplo, já desperta curiosidade de turistas e chefs de cozinha ao redor do mundo, que buscam experimentar e incorporar esses ingredientes tradicionais em pratos contemporâneos. Enquanto isso, para muitos brasileiros, essa tradição continua sendo uma herança cultural rica e saborosa, que une saúde e sustentabilidade.

Matéria: Aurélio Fidêncio
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