Ex-ministro é o primeiro general de quatro estrelas do Exército a ser preso no Brasil
O general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, está detido no Comando da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro. Apesar do termo “prisão”, ele está acomodado no quarto do comandante da unidade, equipado com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro exclusivo.
O Estatuto dos Militares prevê que oficiais de alta patente cumpram pena apenas em organizações militares comandadas por superiores hierárquicos de igual posto. Por isso, Braga Netto, que é general de quatro estrelas, só pode permanecer em instalações onde haja um oficial de mesma patente.
Dada a raridade da situação, o local precisou ser adaptado, pois não há estruturas prontas para receber generais dessa patente. Durante coletiva, o Exército foi questionado sobre as condições da prisão, mas ainda não se posicionou.
A prisão especial é um benefício concedido a militares antes de uma condenação definitiva, permitindo que sejam mantidos em alojamentos em vez de celas comuns.
Walter Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas do Exército a ser preso no Brasil.
Plano golpista Detido pela Polícia Federal (PF), Braga Netto é acusado de envolvimento na articulação de um plano de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.
Segundo a PF, o general foi identificado como um dos coordenadores da tentativa de golpe. As investigações apontam seu envolvimento na elaboração de documentos e ações articuladas para impedir a posse do presidente eleito. Um manuscrito, encontrado na mesa de um assessor na sede do PL, continha a frase: “Lula não sobe a rampa”.
A PF também afirma que Braga Netto incentivou ações de milícias digitais, coordenou outros militares golpistas e teria entregue uma sacola com dinheiro a um aliado identificado como “kid preto”. Além disso, é investigado por tentar obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou a prisão preventiva para evitar interferências nas investigações.
A defesa do general nega as acusações e afirmou que apresentará esclarecimentos assim que tiver acesso completo aos autos, confiando no devido processo legal para comprovar a inexistência de obstruções ou irregularidades.
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- Matéria: Aurélio Fidêncio
- Com informações de: CNN TV, Globo News e Folha de São Paulo
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