Moraes diz que partidos são “mais rentáveis que 99% das empresas” e defende reforma política

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Ministro do STF também afirmou que o Judiciário está devendo para a sociedade, especialmente em celeridade

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, defendeu nesta sexta-feira, 9 de agosto, “alterações institucionais” e uma mudança nos três poderes da República para enfrentar o descrédito por parte da população. Moraes destacou a necessidade de uma reforma política, ressaltando que o Fundo Partidário tornou as legendas “mais rentáveis do que 99% das empresas nacionais”.

Durante sua participação na 22ª Semana Jurídica do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o ministro apontou que o Judiciário está devendo à sociedade, principalmente em termos de celeridade. Ele também enfatizou que, para fortalecer a democracia, é necessário identificar os pontos no Executivo, Legislativo e Judiciário que levaram ao descrédito e que foram explorados ilicitamente pelo “novo populismo digital extremista”.

Moraes observou que, se as instituições não responderem às “angústias” da sociedade, acabam caindo em descrédito, o que pode levar ao desgosto e ao ataque à democracia. Ele também fez uma provocação bem-humorada sobre futebol, comparando a situação política ao desempenho do Corinthians, enfatizando a importância de ser otimista.

O ministro destacou a perda de confiança nas instituições e sugeriu uma reforma no sistema representativo. Ele criticou o sistema político-eleitoral brasileiro, apontando que é um dos mais caros do mundo, com R$ 6 bilhões do Fundo Eleitoral, mas ainda insuficiente para as campanhas. Segundo Moraes, o sistema atual perpetua líderes partidários no poder e enfraquece a representatividade política.

Moraes defendeu a implementação de um sistema distrital misto para permitir maior cobrança dos parlamentares, criticando a ascensão de políticos de “lives e likes” sem propostas concretas, o que, segundo ele, é um passo em direção ao autoritarismo e ao populismo extremista. Ele também sugeriu que, com a reforma política, o Brasil poderia ter um número reduzido de partidos, semelhante ao modelo alemão, o que resultaria em maior estabilidade.

Além disso, o ministro destacou a necessidade de reestruturar o Judiciário, especialmente para melhorar a celeridade processual e combater o crime organizado. Ele argumentou que a segurança pública é uma função institucional do Judiciário e que é essencial uma Justiça Criminal mais eficiente para enfrentar os desafios crescentes do crime organizado.

Edição: Aurélio Fidêncio
Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: Rosinei Coutinho
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